Saindo do TIBÁ:
Saímos do TIBÁ, em Bom Jardim, região serrana do Rio de Janeiro, as 10:30 da manhã de 20 de outubro de 2014, depois de uma linda despedida das pessoas queridas que havíamos conhecidos neste dois últimos anos de nossas vidas.
Trabalhamos e moramos no TIBÁ, dedicamos nosso tempo, nossa força e nossa vontade em uma vida que escolhemos, que acreditamos, que desejamos. Mas é chegado o tempo de mudar, de conhecer novos caminhos, trabalhos, pessoas; tempo de continuar aprendendo. Johan, fundador do TIBÁ, nosso mestre e amigo, juntamente com toda a equipe “tibana”, deu-nos a possiblidade de nos encontrarmos conosco mesmos, de nos conhecermos e de hoje podermos ter a certeza do que queremos, sabendo que há alternativas de vida ao que a grande mídia nos mostra como o padrão de vida diariamente.
E é com o coração cheio de alegria que partimos para novos desafios, guardando dentro de nós a transformação (interior e exterior) que este lindo lugar nos permitiu. Saímos melhores do que entramos e com a absoluta convicção de que ainda temos muito o que aprender. Obrigado TIBÁ!!!
Dia 1 - De Bom Jardim a Nova Friburgo:
Como nossa ideia é viajar de bicicleta, saímos pedalando. Mas a nossa saída nos pegou de surpresa, não havíamos nos programado para tal empreitada, de modo que não havíamos realizado nenhuma manutenção nas bicicletas. Mesmo assim, fizemos as malas e fomos, com a cara e coragem, mas, após 3 pedaladas o pé-de-vela da minha bike simplesmente caiu. Era só o que faltava! Como vou chegar ao meu próximo destino com o pedal na minha mão? Achamos graça na situação e seguimos andando até a próxima descida.
A dúvida agora era: será que vai dar tempo de chegar até a Bicicletaria do Mateus? Já estava perto do horário de almoço, quando ele fecha as portas, e ainda tínhamos 3 km para percorrer. Decidimos nos separar. Alan seguia na frente para conversar com Mateus. Fica eu e a bicicleta com o pé de vela na mão... seria um sinal? Acho que sim, mas um sinal de que sempre existe alguém que te ajuda quando você menos imagina, um sinal de que tudo vai dar certo. E assim foi. Não fiquei 5 minutos sozinha, quando alguns grandes amigos pararam de carro ao meu lado e ofereceram ajuda, levaram minha bagagem e o pé-de-vela. Eu decidi ficar com a bike e seguir caminhando, apesar deles muito insistirem para colocar a bike no bagageiro.
Que alegria aquele pedal pode nos proporcionar!
Cheguei ao Mateus, e com todo carinho ele resolveu nosso problema sem nada cobrar. Conversamos com ele e nos despedimos, pois havia muito chão pela frente. Nosso próximo destino seria Nova Friburgo, distante cerca de 25 Km.
Ainda antes de sair de Bom Jardim, decidimos nos despedir do Lula. Bem, Lula foi a pessoa que nos apresentou ao centro espirita que frequentamos em Bom Jardim. Isso nos possibilitou muito aprendizado, toda quinta-feira uma palestra nova era apresentada; com muito carinho fomos acolhidos naquela casa. Agradecemos muito.
Enfim, pedal na estrada. Conhecíamos bem o trajeto, pois o realizamos diversas vezes, de ônibus. Isso mesmo: nesse dois anos de TIBÁ não fomos uma só vez de bike para Nova Friburgo. Sabendo que Friburgo fica acima de Bom Jardim, esperávamos uma tarde de muita subida. E assim foi, mas muito mais tranquilo do que esperávamos. Realizamos a viagem em 3 horas. Tranquilos, chegamos a Nova Friburgo e encontramos um restaurante bom e barato ainda aberto para o almoço.
Eu, que na sede de pedalar não parei para tomar água, cheguei desidratada. Foram 3 copos de suco de laranja para me recuperar e aprender a lição. Depois de devidamente abastecidos, nos guiamos para a pensão da Dona Mariquinha, onde encontraríamos com dois amigos, Luiza e João, companheiros de trabalho, de vida e agora de viagem (mas de carro; não conseguimos arrasta-los para o pedal). Assim encerramos nosso 1º dia de pedalada.
Dia 2 - de Nova Friburgo a Teresópolis:
O segundo dia amanheceu friozinho, sem sol. Tomamos um belo café da manhã e arrumamos nossas coisinhas para seguir rumo a Teresópolis. A viagem seria longa, 77km até o centro da cidade. Mas, como “conhecíamos” a estrada, por haver passado ali uma vez de ônibus, estávamos confiantes.
Entramos no circuito Terefri (rodovia Friburgo – Teresópolis) por volta das 11 horas da manhã. Antes disso compramos umas frutas, uma farinha de tapioca para o jantar, um doce de banana para dar aquela energia e uma panelinha para nossa autonomia alimentar. Logo no inicio Luiza e João, nossos amigos do volante, cruzam novamente nosso caminho. Despedimo-nos, pois nosso próximo encontro seria no Rio de Janeiro, casa da Luiza. Seguimos rumo a Teresópolis, ou "cidade de Teresa". A cidade recebeu este nome em homenagem à imperatriz brasileira Teresa Cristina, esposa do segundo Imperador brasileiro D. Pedro II. (fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Teres%C3%B3lipos).
Muitas subidas, poucas descidas. Curvas e frio. Chuva e cansaço. Foram 9 horas de pedaladas com algumas paradas para descanso. Uma das primeiras paradas aconteceu após 28 km percorridos, na Queijaria Suíça (http://www.casasuica.info/) um espaço requintado com uma interessante variedade de queijos e chocolates. Compramos o que o nosso orçamento permitia: um pedacinho de queijo e duas barrinhas de chocolate, tudo de fabricação própria. Valeu a experiência.
Continuamos nossa viagem, ou seja, nossa subida rumo a Teresópolis. Lentamente íamos avançando; a marcha da bike quase não saia da 1:1 (a mais leve possível). Chegamos com a noite já estabelecida, entramos na cidade e uma longa subida nos deu as boas vindas. Decidimos descer da bike e seguir empurrando, desta maneira trabalharíamos outros músculos de nossas pernas, e assim chegamos ao centro de Teresópolis.
Encontramos um bom Hotel (Hotel Rever) que, com uma diária em conta e oferecendo café–da–manhã, acolheu dois ciclistas cansados. Dormimos bem após um delicioso banho quente e com a barriga saciada. Estávamos tão cansados que nem cozinhamos nesta noite, acabamos comendo arroz, feijão, omelete e salada num restaurante, e a conta quase saiu o preço de nossa estadia no hotel... sempre aprendendo!!
Curtiu? Em de 15 dias publicaremos a continuação da viagem.